Homs
Terceira cidade mais importante da Síria, Homs — com cerca de 800 mil habitantes —é a terra de origem da maioria dos imigrantes sírios no Brasil. Situada a 160 quilômetros ao norte da capital, Damasco, Homs é conhecida como um centro agrícola e industrial, famoso com suas refinarias de petróleo e açúcar, mas também detentora de belezas naturais e de um povo acolhedor e hospitaleiro.
Na Antigüidade, Homs era chamada Emesa e abrigava o grande templo ao deus Baal (Helios, em grego) e se tornou conhecida quando, em 218 d.C., um dos sacerdotes deste tempo, Heliogábalo, se tornou imperador romano. O reino de Palmira, nas proximidades de Emesa, foi conquistado no ano 272 pelos romanos, e durante séculos permaneceu sob domínio greco-bizantino. Em 636, os árabes conquistaram Emesa e deram-lhe o novo nome.
O líder guerreiro Khaled Ibn Al Walid governou a região e ali morreu; em sua homenagem, uma mesquita com o seu nome foi erigida sobre seu túmulo (veja detalhes na página 10). Homs também é conhecida por abrigar a reserva natural de Al Mimas, rica em espécies animais e vegetais e um dos locais mais aprazíveis do país pela salubridade de seu ar. Cortado pelas águas do Rio Oronte (Al A‘asi), Al Mimas se tornou famosa por servir de ambientação para as obras de Dik Al Jin Al Homsi, poeta romântico que viveu entre os séculos VIII e IX. Dik Al Jin deu o nome de Al Mimas (O Mimo) ao local que o inspirava em sua atividade.
Herdeiro de um passado glorioso, o povo de Homs nem por isso deixa de ser aberto e jovial, pelo contrário, são famosas a sua hospitalidade e sua generosidade. O natural de Homs (homsi) é também destemido, embora carregue uma fama — indevida — de ser excessivamente ingênuo. As mulheres da cidade são extremamente encantadoras e famosas com seus olhos com pálpebras alongadas (‘uyun al maha´, olhos de gazela).
Wadi Al Nadara
Uma das regiões mais conhecidas de Homs é Wadi Al Nadara (Vale Verdejante), formado por uma série de pequenos rios que cortam uma cadeia de montanhas ricas em vegetação e onde se localizam diversas cidades de pequeno e médio porte. É especificamente desta região que foram “enviados” emigrantes sírios para países como França, Estados Unidos e Austrália, além do Brasil.
Rumando de Homs na direção ao Litoral, a primeira parada é o Crac de Chevaliers (Qal‘at Al Hosn), castelo construído pelos cruzados e que se encontra num incrível estado de conservação. Foi edificado entre 1150 e 1250 pela Ordem dos Cavaleiros Hospitalários sobre uma antiga fortaleza, e é possível que tenha alojado um exército de até 4 mil homens. O castelo resistiu a vários ataques, inclusive de Saladino, mas foi conquistado pelo Sultão Baybars em 1271. Hoje muito conhecido por ser a maior e mais bem preservada cidadela medieval, o Crac de Chevaliers atrai turistas de todo o mundo, o que levou o governo sírio a criar uma série de facilidades de hospedagem e acesso ao local.
Seguindo pelo vale, chega-se a um dos mais conhecidos santuários da Síria, o Mosteiro de São Jorge (Deir Mar Jurjus), construído por eremitas no quinto século da Era Cristã. O mosteiro tem duas capelas; uma delas foi construída no século XIII e contém ícones feitos sobre madeira de ébano, enquanto outra remonta ao século XIX. No local, está preservado um documento escrito pelo califa Omar Ibn Al Khatab que determinava que o local, por ser santo, fosse preservado contra qualquer invasão ou ameaça.
Marmarita
Mais adiante no vale, encontra-se uma cidade que se destaca pelo bom clima e pelo alto nível cultural de seus habitantes: Marmarita. A ocupação do local remonta à alta Antigüidade, e seu nome parece provir de Marmanitha, o que significa “deusa das deusas” na língua do povo semita que habitava o lugar. Outra corrente ainda afirma que o nome provém de Marmarato, que significa “ponto de observação”, ou “a montanha alta”, em siríaco, pois do local é possível observar toda a planície litorânea entre Trípoli e Ladhiqiyya.
Embora não haja registros precisos sobre o passado remoto, é certo que um terremoto no século XVI atingiu violentamente Marmarita, fato que obrigou a uma reconstrução quase que completa da cidade. A rota comercial e militar que por ali cruzava permitiu com que estrangeiros se instalassem sucessivamente na região, o que acabou criando um ambiente aberto e receptivo que propiciou o estabelecimento de intelectuais na cidade.
Na nova era pós-terremoto, Marmarita se converteu num ponto de encontro de homens de idéias. Entre as famílias que criaram tradição na intelectualidade síria estão os Yázigi, que teve um dos seus ramos emigrando para o Brasil e cultivando aqui a tradição dos antepassados por meio de uma rede de escolas de inglês. A cidade também famosa por organizar um animado Carnaval nos dias 14 e 15 de agosto, uma tradição de 27 anos. A idéia festa foi trazida por um emigrante que se estabeleceu em Brasília e resolveu incorporar a comemoração tupiniquim no calendário de festas na Síria.
Terceira cidade mais importante da Síria, Homs — com cerca de 800 mil habitantes —é a terra de origem da maioria dos imigrantes sírios no Brasil. Situada a 160 quilômetros ao norte da capital, Damasco, Homs é conhecida como um centro agrícola e industrial, famoso com suas refinarias de petróleo e açúcar, mas também detentora de belezas naturais e de um povo acolhedor e hospitaleiro.
Na Antigüidade, Homs era chamada Emesa e abrigava o grande templo ao deus Baal (Helios, em grego) e se tornou conhecida quando, em 218 d.C., um dos sacerdotes deste tempo, Heliogábalo, se tornou imperador romano. O reino de Palmira, nas proximidades de Emesa, foi conquistado no ano 272 pelos romanos, e durante séculos permaneceu sob domínio greco-bizantino. Em 636, os árabes conquistaram Emesa e deram-lhe o novo nome.
O líder guerreiro Khaled Ibn Al Walid governou a região e ali morreu; em sua homenagem, uma mesquita com o seu nome foi erigida sobre seu túmulo (veja detalhes na página 10). Homs também é conhecida por abrigar a reserva natural de Al Mimas, rica em espécies animais e vegetais e um dos locais mais aprazíveis do país pela salubridade de seu ar. Cortado pelas águas do Rio Oronte (Al A‘asi), Al Mimas se tornou famosa por servir de ambientação para as obras de Dik Al Jin Al Homsi, poeta romântico que viveu entre os séculos VIII e IX. Dik Al Jin deu o nome de Al Mimas (O Mimo) ao local que o inspirava em sua atividade.
Herdeiro de um passado glorioso, o povo de Homs nem por isso deixa de ser aberto e jovial, pelo contrário, são famosas a sua hospitalidade e sua generosidade. O natural de Homs (homsi) é também destemido, embora carregue uma fama — indevida — de ser excessivamente ingênuo. As mulheres da cidade são extremamente encantadoras e famosas com seus olhos com pálpebras alongadas (‘uyun al maha´, olhos de gazela).
Wadi Al Nadara
Uma das regiões mais conhecidas de Homs é Wadi Al Nadara (Vale Verdejante), formado por uma série de pequenos rios que cortam uma cadeia de montanhas ricas em vegetação e onde se localizam diversas cidades de pequeno e médio porte. É especificamente desta região que foram “enviados” emigrantes sírios para países como França, Estados Unidos e Austrália, além do Brasil.
Rumando de Homs na direção ao Litoral, a primeira parada é o Crac de Chevaliers (Qal‘at Al Hosn), castelo construído pelos cruzados e que se encontra num incrível estado de conservação. Foi edificado entre 1150 e 1250 pela Ordem dos Cavaleiros Hospitalários sobre uma antiga fortaleza, e é possível que tenha alojado um exército de até 4 mil homens. O castelo resistiu a vários ataques, inclusive de Saladino, mas foi conquistado pelo Sultão Baybars em 1271. Hoje muito conhecido por ser a maior e mais bem preservada cidadela medieval, o Crac de Chevaliers atrai turistas de todo o mundo, o que levou o governo sírio a criar uma série de facilidades de hospedagem e acesso ao local.
Seguindo pelo vale, chega-se a um dos mais conhecidos santuários da Síria, o Mosteiro de São Jorge (Deir Mar Jurjus), construído por eremitas no quinto século da Era Cristã. O mosteiro tem duas capelas; uma delas foi construída no século XIII e contém ícones feitos sobre madeira de ébano, enquanto outra remonta ao século XIX. No local, está preservado um documento escrito pelo califa Omar Ibn Al Khatab que determinava que o local, por ser santo, fosse preservado contra qualquer invasão ou ameaça.
Marmarita
Mais adiante no vale, encontra-se uma cidade que se destaca pelo bom clima e pelo alto nível cultural de seus habitantes: Marmarita. A ocupação do local remonta à alta Antigüidade, e seu nome parece provir de Marmanitha, o que significa “deusa das deusas” na língua do povo semita que habitava o lugar. Outra corrente ainda afirma que o nome provém de Marmarato, que significa “ponto de observação”, ou “a montanha alta”, em siríaco, pois do local é possível observar toda a planície litorânea entre Trípoli e Ladhiqiyya.
Embora não haja registros precisos sobre o passado remoto, é certo que um terremoto no século XVI atingiu violentamente Marmarita, fato que obrigou a uma reconstrução quase que completa da cidade. A rota comercial e militar que por ali cruzava permitiu com que estrangeiros se instalassem sucessivamente na região, o que acabou criando um ambiente aberto e receptivo que propiciou o estabelecimento de intelectuais na cidade.
Na nova era pós-terremoto, Marmarita se converteu num ponto de encontro de homens de idéias. Entre as famílias que criaram tradição na intelectualidade síria estão os Yázigi, que teve um dos seus ramos emigrando para o Brasil e cultivando aqui a tradição dos antepassados por meio de uma rede de escolas de inglês. A cidade também famosa por organizar um animado Carnaval nos dias 14 e 15 de agosto, uma tradição de 27 anos. A idéia festa foi trazida por um emigrante que se estabeleceu em Brasília e resolveu incorporar a comemoração tupiniquim no calendário de festas na Síria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário