Gamal Abdel Nasser (1918-1970) – A Grande influência no Mundo Árabe
Nesse ano, comemora-se o 55º aniversário da Revolução de 23 de Julho; acontecimento que se deu no Egito e que consagrou o líder Gamal Abdel Nasser, um dos mais influentes homens árabes no poder. A Revolução teve como um dos principais objetivos, retirar as forças britânicas do país, permitindo que o povo egípcio participasse do governo através de um representante próprio. Proveniente de uma família humilde, era um assíduo leitor de nomes consagrados como Voltarie e Victor Hugo e tinha o sonho de pertecer à Real Academia Militar, sonho que realizou após anos de estudos. Durante os 17 anos em que esteve no poder, Gamal Nasser revolucionou o país, a história e o futuro do Egito.
Gamal Abdel Nasser nasceu no bairro “Bakus” em Alexandria, Egito, em 15 de janeiro de 1918. Era o filho mais velho de um agricultor proveniente da região de “Sa’aid”, no Oeste do Egito. Através de muito esforço e estudo, seu pai conseguiu um cargo nos Correios, para prover as necessidades básicas da família, provocando inúmeras mudanças de cidade e escolas durante a infância do filho Gamal. O lugar em que a família permaneceu por mais tempo foi a região do Delta do Nilo, onde Gamal terminou os estudos primários, indo em seguida para a capital Cairo completar o grau escolar. Desde pequeno Gamal Nasser era um assíduo leitor, principalmente de assuntos relacionados à política e história e, entre seus autores prediletos estavam Voltaire, Victor Hugo, Charles Dins e Sheakespeare. Era um aluno dedicado e atuante tanto que em 1935 atuou como Júlio César em uma peça teatral da escola, sendo assistido inclusive pelo ministro da educação do Egito. Nessa mesma época já mostrava-se contrário à ocupação esntrangeira, principalmente britânica, em seu país e como líder estudantil esteve à frente de muitas manifestações entre elas, uma ocorrida em novembro de 35 contra o exército britânico que lhe rendeu um tiro de raspão na cabeça, fato que aumentou seu patriotismo e lhe deu impulso ainda maior na luta contra a ocupação estrangeira no Egito.
Aos 19 anos fez a sua primeira tentativa de entrar na escola militar, sem sucesso; à época a escola só admitia os filhos de famílias aristocratas e que entravam na entidade sob indicação. Foi então que Gamal Nasser iniciou os estudos na Faculdade de Direito. Em 1938 porém, após reformulações na Escola Militar, foram abertas vagas para todas as classes sociais e Gamal fez a segunda tentantiva de realizar o grande sonho de ser militar. Foi aceito e concluiu seu curso formando-se como 2º tenente. Posteriormente foi transferido para a capital do Sudão, Cartum, onde permaneceu por um ano. Em 1940 foi promovido a 1º tenente e enviado para a região do “Al Ala’amein”, onde esteve até 1942. Nesse mesmo ano foi nomeado comandante da divisão de “Al A’alamein” permanecendo assim pelo período de 01 ano, quando então alistou-se para lecionar na Real Academia Militar. Conseguindo o cargo de professor, permaneceu por 03 anos lecionando.
Em 29 de junho de 1944 casou-se com Tahia Kazem, filha de um comerciante iraniano e que foi apresentada à Gamal pelo seu tio Khalil. Desse matrimônio nasceram cinco filhos, duas moças: Hoda e Muna e três rapazes: Khaled, Abdul Hamid e Abdul Hakim. Sua esposa teve fundamental importância em sua vida, principalmente nos críticos anos em que formou e esteve à frente da organização do “Oficiais Livres”, de 1948 a 1952, grupo formado para fazer a revolução de 23 de Julho, movimento que mudaria toda a história do Egito.
Gamal Nasser notabilizou-se como um dos líderes mais carismáticos do “terceiro mundo”, incluindo o Brasil onde se diz que o então presidente Jânio Quadros governava com uma foto do líder egípcio em seu gabinete. Gamal Abdel Nasser foi um marco na história do Egito assim como o largo sorriso que mostrou durante toda a sua vida.
O Líder
Nasser, já como coronel assumiu a liderança do Conselho da Revolução e o comando das Forças Armadas, enquanto o general Muhammad Naguib, nominalmente o líder do movimento, assumiu a liderança do governo. Em 18 de Julho de 1953, coincidindo com a abolição da monarquia, Nasser foi nomeado vice Primeiro-Ministro e Ministro do Interior, postos esses que revelaram o quão forte seria a liderança de Nasser no novo regime. A oposição entre Muhammad Naguib, um moderado favorável ao acordo com os países ocidentais e à recuperação de setores liberais da monarquia, e Nasser, partidário do novo movimento nacionalista pan-árabe e da adoção de uma neutralidade frente às superpotências determinou a liderança do segundo que em 25 de fevereiro de 1954 se opôs à sede do governo e em 14 de novembro destituiu definitivamente Naguib do poder, assumindo a presidência do Egito.
Em 23 de junho de 1956 Nasser conquistou, por meio de um referendo popular, a aprovação de um projeto constitucional que convertia o Egito em República Socialista Árabe, de partido único, a União Nacional (criada por decreto nacional em maio de 1957), um sistema presidencialista forte e popular. Nasser se apresentou como candidato à presidência e teve o apoio do povo egípcio, com praticamente 100% dos votos. A política exterior do novo Egito, sob o governo Nasserista sofreu uma mudança radical; em 05 de fevereiro de 1955 o dirigente iuguslavo Tito, recebeu Nasser em Brioni para explicar-lhe sua proposta de tecer um bloco mundial dos países não aliados. Nasser foi um dos grandes destaques do encontro, conhecido como Conferência de Bandung (18-24 de abril de 1955); de 17 a 21 de julho de 1956 voltou a se reunir com Tito em Brioni, juntamente com o Primeiro Ministro indiano J. Nehru, ficando assim definido o trio dos grandes líderes do Terceiro Mundo até a metade dos anos 60.
República Árabe Unida
O grande sonho de Nasser era unir os povos árabes sob a liderança egípcia frente à Israel. Em 1º de fevereiro de 1958 Nasser e o presidente sírio Shukri Al Kautli anunciaram no Cairo a união de ambos países em um só Estado que teve o nome de República Árabe Unida (URA) ao que se somou posteriormente o Iêmen, em 02 de março de 59. Na Síria houve um descontentamento pelo centralismo egípcio e autoritarismo do executivo presidido por Nasser e em 28 de setembro de 1961 um golpe de Estado militar em Damasco provocou a separação dos dois países. Nasser não se opôs ao feito e manteve o nome anterior para o Egito.
Nesse ano, comemora-se o 55º aniversário da Revolução de 23 de Julho; acontecimento que se deu no Egito e que consagrou o líder Gamal Abdel Nasser, um dos mais influentes homens árabes no poder. A Revolução teve como um dos principais objetivos, retirar as forças britânicas do país, permitindo que o povo egípcio participasse do governo através de um representante próprio. Proveniente de uma família humilde, era um assíduo leitor de nomes consagrados como Voltarie e Victor Hugo e tinha o sonho de pertecer à Real Academia Militar, sonho que realizou após anos de estudos. Durante os 17 anos em que esteve no poder, Gamal Nasser revolucionou o país, a história e o futuro do Egito.
Gamal Abdel Nasser nasceu no bairro “Bakus” em Alexandria, Egito, em 15 de janeiro de 1918. Era o filho mais velho de um agricultor proveniente da região de “Sa’aid”, no Oeste do Egito. Através de muito esforço e estudo, seu pai conseguiu um cargo nos Correios, para prover as necessidades básicas da família, provocando inúmeras mudanças de cidade e escolas durante a infância do filho Gamal. O lugar em que a família permaneceu por mais tempo foi a região do Delta do Nilo, onde Gamal terminou os estudos primários, indo em seguida para a capital Cairo completar o grau escolar. Desde pequeno Gamal Nasser era um assíduo leitor, principalmente de assuntos relacionados à política e história e, entre seus autores prediletos estavam Voltaire, Victor Hugo, Charles Dins e Sheakespeare. Era um aluno dedicado e atuante tanto que em 1935 atuou como Júlio César em uma peça teatral da escola, sendo assistido inclusive pelo ministro da educação do Egito. Nessa mesma época já mostrava-se contrário à ocupação esntrangeira, principalmente britânica, em seu país e como líder estudantil esteve à frente de muitas manifestações entre elas, uma ocorrida em novembro de 35 contra o exército britânico que lhe rendeu um tiro de raspão na cabeça, fato que aumentou seu patriotismo e lhe deu impulso ainda maior na luta contra a ocupação estrangeira no Egito.
Aos 19 anos fez a sua primeira tentativa de entrar na escola militar, sem sucesso; à época a escola só admitia os filhos de famílias aristocratas e que entravam na entidade sob indicação. Foi então que Gamal Nasser iniciou os estudos na Faculdade de Direito. Em 1938 porém, após reformulações na Escola Militar, foram abertas vagas para todas as classes sociais e Gamal fez a segunda tentantiva de realizar o grande sonho de ser militar. Foi aceito e concluiu seu curso formando-se como 2º tenente. Posteriormente foi transferido para a capital do Sudão, Cartum, onde permaneceu por um ano. Em 1940 foi promovido a 1º tenente e enviado para a região do “Al Ala’amein”, onde esteve até 1942. Nesse mesmo ano foi nomeado comandante da divisão de “Al A’alamein” permanecendo assim pelo período de 01 ano, quando então alistou-se para lecionar na Real Academia Militar. Conseguindo o cargo de professor, permaneceu por 03 anos lecionando.
Em 29 de junho de 1944 casou-se com Tahia Kazem, filha de um comerciante iraniano e que foi apresentada à Gamal pelo seu tio Khalil. Desse matrimônio nasceram cinco filhos, duas moças: Hoda e Muna e três rapazes: Khaled, Abdul Hamid e Abdul Hakim. Sua esposa teve fundamental importância em sua vida, principalmente nos críticos anos em que formou e esteve à frente da organização do “Oficiais Livres”, de 1948 a 1952, grupo formado para fazer a revolução de 23 de Julho, movimento que mudaria toda a história do Egito.
Gamal Nasser notabilizou-se como um dos líderes mais carismáticos do “terceiro mundo”, incluindo o Brasil onde se diz que o então presidente Jânio Quadros governava com uma foto do líder egípcio em seu gabinete. Gamal Abdel Nasser foi um marco na história do Egito assim como o largo sorriso que mostrou durante toda a sua vida.
O Líder
Nasser, já como coronel assumiu a liderança do Conselho da Revolução e o comando das Forças Armadas, enquanto o general Muhammad Naguib, nominalmente o líder do movimento, assumiu a liderança do governo. Em 18 de Julho de 1953, coincidindo com a abolição da monarquia, Nasser foi nomeado vice Primeiro-Ministro e Ministro do Interior, postos esses que revelaram o quão forte seria a liderança de Nasser no novo regime. A oposição entre Muhammad Naguib, um moderado favorável ao acordo com os países ocidentais e à recuperação de setores liberais da monarquia, e Nasser, partidário do novo movimento nacionalista pan-árabe e da adoção de uma neutralidade frente às superpotências determinou a liderança do segundo que em 25 de fevereiro de 1954 se opôs à sede do governo e em 14 de novembro destituiu definitivamente Naguib do poder, assumindo a presidência do Egito.
Em 23 de junho de 1956 Nasser conquistou, por meio de um referendo popular, a aprovação de um projeto constitucional que convertia o Egito em República Socialista Árabe, de partido único, a União Nacional (criada por decreto nacional em maio de 1957), um sistema presidencialista forte e popular. Nasser se apresentou como candidato à presidência e teve o apoio do povo egípcio, com praticamente 100% dos votos. A política exterior do novo Egito, sob o governo Nasserista sofreu uma mudança radical; em 05 de fevereiro de 1955 o dirigente iuguslavo Tito, recebeu Nasser em Brioni para explicar-lhe sua proposta de tecer um bloco mundial dos países não aliados. Nasser foi um dos grandes destaques do encontro, conhecido como Conferência de Bandung (18-24 de abril de 1955); de 17 a 21 de julho de 1956 voltou a se reunir com Tito em Brioni, juntamente com o Primeiro Ministro indiano J. Nehru, ficando assim definido o trio dos grandes líderes do Terceiro Mundo até a metade dos anos 60.
República Árabe Unida
O grande sonho de Nasser era unir os povos árabes sob a liderança egípcia frente à Israel. Em 1º de fevereiro de 1958 Nasser e o presidente sírio Shukri Al Kautli anunciaram no Cairo a união de ambos países em um só Estado que teve o nome de República Árabe Unida (URA) ao que se somou posteriormente o Iêmen, em 02 de março de 59. Na Síria houve um descontentamento pelo centralismo egípcio e autoritarismo do executivo presidido por Nasser e em 28 de setembro de 1961 um golpe de Estado militar em Damasco provocou a separação dos dois países. Nasser não se opôs ao feito e manteve o nome anterior para o Egito.
Um comentário:
Ouvi dizer que o próprio carro de Gamal Abdel Nasser foi conduzido pela multidão em duas de suas visitas a outras nações árabes. Teria sido na Síria e na Argélia, ou Tunísia ou Iêmen. Por favor confirmem ou desmintam a informação. Se é verdadeira, por gentileza me enviem texto e fotos para o e-mail jbteixeira@oprogressoonline.com.br
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